Eu comecei uma jornada, uma jornada que não me leva nunca a
lugar algum... Dentre pedras, despenhadeiros e tempestades minha alma fluí
sempre em busca, sempre sem nada encontrar.
Por que? Tanto sofrimento, tanto caminhar sem nunca
encontrar nunca saber ou entender. A chuva se torna vermelha, os pés sangram...
Então por que continua nessa jornada cega e tristonha, nunca confiar amar ou ser
amada. Cada castelo que encontro não passou de areia que as ondas do mar
levaram então por que? Essa fé cega que engrandece meus sonhos vazios e sem
propósito.
Então quando meus pés não aguentavam mais eu abri as asas e
voei baixo e vacilantes levada pela ventania jogada contra os paredões e a água
gélida, mas ainda assim não desistia mesmo ameaçada, escorraçada e humilhada
minhas lágrimas não caiam mais, o vazio me corrompia. Mas continuava a andar,
cruzaria o inferno a pé e descalço se lhe fosse imposto esse caminho. Se
arrastaria por um campo minado será que a dor é tão querida a ponto de nunca
deixa-la partir?
Dançando entre arbustos de espinhos meus olhos se tornam
mais e mais vazios e eu pergunto até quando?
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